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3 de novembro de 2013

Our Heart

Pensei em fazer uma postagem diferente, e já fazia um bom tempo que eu queria postar essa história no blog, e só agora consegui encontrá-la no meu computador.
Essa história foi escrita por uma amiga de Alagoas, Sandrielly Iris, estudante de enfermagem, assim como eu. Ela se inspirou em duas crianças para fazer essa pequena história, e eu me inspiro nela para ser uma boa escritora e futura enfermeira exemplar!
Modifiquei os nomes das duas crianças, mas o texto ainda não deixa de perder sua essência!

Our Heart -  capítulo único


Quando eu tinha sete anos eu conheci a minha esposa.
Eu havia sido transferido de quarto, estava cansado disso. Eu só queria voltar para casa e brincar com os meus carrinhos. Papai tinha feito uma casinha na árvore para mim, e eu faria dela o meu esconderijo quando voltasse a brincar de esconde-esconde com as crianças do bairro. Eu estava irritado por tantas tentativas falhas de transplante, pela fila de espera que não parecia ter fim, pelo cheiro hospitalar forte, cansado dos medicamentos injetados em mim a cada 5 minutos. Eu fui transferido para o quarto 777, e nele havia um anjo.
Naquela manhã, eu acordei meio sonolento e cansado. Embora tão pequeno, já sabia que fantasmas ou mesmo anjos não existiam, se não, onde estaria o que me protegia? Meu coração não batia muito bem, eles disseram, temos que achar um novo coração para ele, eles disseram. Às vezes sentia ele bater mais lento e aquela dor aguda no peito. Havia vontade de gritar por ajuda, mas não havia forças. Quando eu a vi, ele bateu tão forte como nunca. Eu pensei que estava curado só de vê-la na minha frente, fazendo um desenho de um sol com giz de cera.
Ela aparentava ter a minha idade, e tinha cabelos louros que brilhavam intensamente com o reflexo da luz do sol, que entrava pela janela, em seus fios.
— Oi, você acordou! — ela sorriu para mim, e era um sorriso tão contagiante. Tive a certeza naquela hora de que um dia a levaria para brincar na minha casinha na árvore.
— Oi... — eu respondi meio incerto, porque era uma criança, não sabia como iniciar uma conversa. Os meninos maus diziam que eu era meio tapado, bobo... Não queria estragar tudo. — Você pa-parece um anjo!
Ela riu, e nossa, como ela era linda!
— Qual é o seu nome?
— Eu me chamo Luan!
 — Oi, Luan. O meu nome é Lucia. Você quer ser meu amigo? Eu fiquei tão feliz de te trazerem para cá. Desde os meus quatro anos estou sozinha nesse quarto, e não tenho muitos amigos... Só o ursinho Teddy, e o dinossauro Fredy. Eles me fazem companhia nas tardes de domingo. Meu pai não pode me ver. Ele está sempre trabalhando muito, para pagar o meu tratamento.
Ela era meio tagarela, mas era tão bom ouvir falar. Acho que acumulou palavras durante todos os anos em que esteve só naquele quarto de hospital. Eu estava internado há dois meses, descobriram rápido o meu problema.
— Lucia, o que você tem?
— Eu não sei, mas acho que é algo relacionado com o sangue... Eles não me dizem. E você, Luan, o que tem?
— O meu coração não está funcionando, eles vão trocá-lo por um novo.
— Que bonito! Alguém poder doar o seu coração para alguém, como nos filmes e nas novelas.
— Você assiste filmes e novelas? Eles te deixam? Eu quis ver alguns desenhos, mas disseram que eu estava proibido.
— Não, eu também não assisto. Mas eu já ouvi falar, pelas enfermeiras.
Eu passei dois meses no quarto com ucia. Nós conversamos e brincávamos muito. Fizemos diversas promessas para quando ficássemos curados do câncer que cada um tinha, e choramos juntos, também, quando os cabelos de Lucy começaram a cair. Ela chorava tanto! Eu queria pegar o seu giz de cera e desenhar na cabeça dela, só para vê-la sorrir. Ela logo acostumou-se, porque eu também pedi para que raspassem os meus cabelos. Papai concordou, e nós éramos os carecas mais felizes daquele hospital. A tribo das cabeças peladas! Teddy e Fredy também faziam parte da tribo.
— Luan, quando eu crescer, eu posso me casar com você? Como nos filmes e novelas?
— Vamos casar agora!
Teddy nos casou, e Fredy foi a nossa testemunha de casamento. Papai riu quando soube, e deu um beijo na minha careca e uma flor branca para a Lucia. Era o buquê.
Não havia doadores de coração, e medula óssea. Nós estávamos definhando. Certo dia, eu acordei entubado. O médico disse ao papai que a cirurgia havia sido um sucesso. Parece que eu estava curado, e queria contar para a Lucia. Mas me tiraram daquele quarto, e eu prometi pra mim mesmo que quando estivesse totalmente recuperado da cirurgia, que correria pelo hospital com um buquê de flores de verdade e uma peruca e daria para ela. Eu corri, mas Lucia não estava lá. A enfermeira disse ao papai que ela morreu, mas que doou o seu coração, como nos filmes e novelas. A Lucia está dentro de mim!

Dentro de mim...

Casos vocês se arrepiaram, como eu, entrem em contato com ela no Twitter: https://twitter.com/mellonyah
Ela é muito legal, vocês irão adorá-la!

Até a próxima!

8 comentários:

  1. Não esperaria menos da Mello. Ela é uma pessoa muito especial e com toda a certeza ela será uma grande pessoa no futuro ;)

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    1. Oooohh vc a conhece???? Que meigoo, deve ser uma das participantes da "guilda churros!,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Já estou retribuindo meu bem...
    Obrigada por seguir! bjos!

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  3. Bonita historia!!! te sigo!!! espero que visites mi blog y me sigas también!
    Besos, desde España, Marcela♥

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  4. que lindo post.

    comenta no meu post pf: http://simpleandcomfortable.wordpress.com/

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